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segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Crescimento que procede de Deus

“... e não retendo a Cabeça, da qual todo o corpo, suprido e bem vinculado por suas juntas e ligamentos, cresce o crescimento que procede de Deus” (Cl 2.19).

O conceito de “crescimento” é muito amplo e por isso requer qualificações. Pode significar simplesmente “aumento” (crescimento da população, da violência, das taxas de juros, da produção agrícola), podendo ser tanto positivo quanto negativo. Também pode ter um sentido mais positivo de “desenvolvimento”, “aperfeiçoamento”, “progresso”. Uma boa definição é “realização de potencialidades”. No que diz respeito aos seres humanos, dois aspectos são importantes: crescimento comunitário e crescimento pessoal.

1. Comunitário
Na passagem de Colossenses, como em muitos outros textos bíblicos, dá-se ênfase ao crescimento do grupo, da comunidade cristã, aqui identificada como um “corpo”. O corpo é uma das imagens mais sugestivas aplicadas à igreja no Novo Testamento (outras imagens são rebanho, edifício, família, lavoura, etc.) . Assim como é natural, saudável e necessário que um corpo cresça, também isso deve acontecer com a igreja, com os cristãos. Duas coisas são importantes aqui: (a) em que aspectos se deve crescer e (b) como alcançar o verdadeiro crescimento.

1.1 Áreas de crescimento
Em Efésios 4.15, Paulo diz que devemos crescer “em tudo”. Mais especificamente, a carta aos Colossenses fala em crescer no “pleno conhecimento de Deus” (1.10) e em “ações de graça” (2.7). Já a primeira epístola aos Tessalonicenses fala sobre a importância de crescer no amor de uns para com os outros (3.12) e a conhecida passagem de 2 Pedro exorta os cristãos a crescerem “na graça e no conhecimento” do Senhor Jesus Cristo (3.18). Generalizando, podemos dizer que os cristãos devem crescer, progredir ou amadurecer em quatro áreas principais: adoração (devoção, culto), comunhão (amor, companheirismo), testemunho (evangelização, discipulado) e serviço (diaconia, solidariedade).

1.2 Meios de crescimento
Para que o crescimento verdadeiro ocorra, existem certas condições apontadas pelos textos bíblicos. (a) O crescimento deve vir de Deus, não do mero esforço, diligência ou criatividade humana. Daí, oração, fidelidade às Escrituras. Crítica ao movimento do “crescimento da igreja”. (b) O crescimento exige submissão e obediência à Cabeça do corpo, Cristo. Ef 4.15b: “... cresçamos em tudo naquele que é o Cabeça, Cristo.” O crescimento deve ser cristocêntrico, não antropocêntrico ou eclesiocêntrico. (c) O crescimento requer profunda união e coordenação entre os membros (Cl 2.19: “juntas e ligamentos”). Ef 4.16: “... de quem todo o corpo, bem ajustado e consolidado, pelo auxílio de toda junta, segundo a justa cooperação de cada parte, efetua o seu próprio aumento...” (d) O crescimento implica numa correta associação de verdade e amor: “... seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo... para a edificação de si mesmo em amor” (Ef 4.15a,16b).

2. Pessoal
Deus nos dotou de grandes potencialidades (capacidades, talentos) que precisam ser desenvolvidas, seja na área espiritual, intelectual ou social. Pesquisas tem demonstrado que a maioria das pessoas utiliza apenas 2 a 4% da sua capacidade. O nosso desenvolvimento e progresso pessoal é uma questão de boa mordomia dos dons que o Senhor nos tem concedido. Podemos obter grandes resultados se seguirmos alguns critérios:

2.1 Reconhecer o nosso potencial dado por Deus e assumir diante dele a responsabilidade de sermos tudo o que ele deseja de nós.

2.2 Estabelecer alvos concretos, elevados e realistas para as diferentes áreas de nossas vidas (estudos, profissão, relacionamentos, vida espiritual).

2.3 Planejar cuidadosamente como vamos alcançar esses alvos.

2.4 Ser disciplinados e perseverantes. Isso pode ser ilustrado pelo exemplo de Beethoven, que embora surdo, tornou-se um músico extraordinário graças à sua intensa disciplina e concentração para refinar as suas habilidades.

2.5 Não desistir diante dos primeiros obstáculos, não se esconder atrás de desculpas (se eu tivesse melhor aparência, se eu fosse mais talentoso, se eu viesse de uma família melhor). Havia um homem que era tão tímido que sempre sentava com a esposa no último banco da igreja e saía durante a oração final para não ter de falar com outras pessoas. Sentindo-se chamado para o ministério, começou a envolver-se com pessoas, grupos e atividades da igreja, tornando-se, finalmente, um bem sucedido plantador de igrejas.

2.6 Depender inteiramente da direção de Deus, em oração e obediência.

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